“Memórias não podem ser esquecidas. O passado, uma vez
vivido, entra em nosso sangue, molda nosso corpo, escolhe nossas
palavras. É inútil renegá-lo. As cicatrizes e os sorrisos permanecem. Os
olhos dos que sofreram e amaram serão, para sempre, diferentes de todos
os outros. Resta-nos fazer as pazes com aquilo que já fomos,
reconhecendo que, de um jeito ou de outro, aquilo que já fomos continua
vivo em nós, seja sob a forma de demônios que queremos exorcizar e
esquecer, sem sucesso, seja sob a forma de memórias que preservamos com
saudade e nos fazem sorrir com esperança.”
(Rubem Alves in Dogmatismo e Tolerância, p. 19)
Nenhum comentário:
Postar um comentário